Os Puritanos escreveram muito sobre como viver uma vida santificada. Pouco do que eles pregaram e escreveram contêm qualquer coisa estranha ou única, quando avaliados por sua herança doutrinária.
O que é especial sobre a visão Puritana da santidade é sua plenitude e equilíbrio, antes do que sua forma distinta.
A definição Puritana clássica de santificação é bem conhecida; nós a encontramos no Breve Catecismo de Westminster, questões 35 e 36:“O que é santificação?”.
Santificação é a obra da livre graça de Deus, pela qual somos renovados em todo o nosso ser, segundo a imagem de Deus, habilitados a morrer cada vez mais para o pecado e a viver para a retidão.
Quais são as bênçãos que nesta vida acompanham a justificação, a adoção e a santificação, ou delas procedem? As bênçãos que nesta vida acompanham a justificação, a adoção e a santificação, ou delas procedem, são:
- Certeza do amor de Deus.
- Paz de consciência.
- Alegria no Espírito Santo.
- Aumento de graça.
- Perseverança até o fim.Destas duas questões é óbvio que santificação na mente Puritana envolve todo o viver Cristão — todo o processo de ser conformado à imagem de Jesus Cristo. É um processo que começa no momento do novo nascimento, e continua durante toda a vida do crente até o seu último fôlego.Os Puritanos queriam ver as pessoas crescendo vigorosamente na certeza do amor de Deus, em uma grande paz de consciência e numa autêntica alegria no Espírito Santo.Eles diziam que o caminho para receber estas bênçãos é através da obra santificadora do Espírito. Eles advertiam seu povo: “Se você não buscar a santificação, não somente desonrará a Deus, mas também empobrecerá sua própria vida espiritual”.
O que realmente eles queriam dizer por santificação? A seguir, mostraremos elementos na visão Puritana.
“Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.
De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.
Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.
Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.” (Romanos 7:14-25)
Dr. Joel R. Beeke
Joel R. Beeke é presidente e professor de teologia sistemática no Puritan Reformed Theological Seminary (EUA) e pastor da Heritage Netherlands Reformed Congregation. Beeke é Ph.D. em teologia pelo Westminster Theological Seminary. Publicou 50 livros, dentre eles, “Vivendo para a Glória de Deus” e “Vencendo o Mundo” (Fiel).