A vitória sobre o poder do pecado em nós não se obtém instantaneamente, por meio de alguma intervenção sobrenatural definitiva ou alguma resolução da nossa vontade. Deus nunca prometeu que nos santificaria inteiramente e instantaneamente aqui nesse mundo.
Os que foram nascidos de novo enfrentam uma batalha diária feroz contra a corrupção moral que ainda se encontra no coração deles. Essa batalha vai durar até o nosso último dia aqui nesse mundo. Nós a enfrentamos com os meios de graça, a leitura e meditação na Palavra, oração e comunhão com os irmãos.
Os apóstolos escreveram as cartas do Novo Testamento exatamente para instruir os crentes no processo de santificação, mostrando a necessidade de mortificarmos o pecado e a necessidade de vivermos de maneira santa, e fornecendo os meios para que pudéssemos triunfar sobre o pecado no dia a dia (veja Gálatas 5.16-26).
Infelizmente, influenciados por uma teologia equivocada, alguns buscam a santificação instantânea, acreditando ser possível aqui nesse mundo entrar num estado de santidade tão elevado no qual não pecam mais. O perfeccionismo é um desvio da verdade bíblica (1Jo 1.8 e 10).
Se por um lado é verdade que podemos aprender a andar no Espírito e ter uma vida onde o pecado não nos domina (Gl 5.16.18,22-23), por outro, é verdade que mesmo o crente mais fiel está sujeito a cair em pecado, tropeçar e ofender a Deus e os irmãos.
Essas verdades, longe de incentivar uma vida de imoralidade, carnalidade e mundanismo, levam o crente verdadeiro a se conhecer melhor, odiar mais e mais o pecado, e procurar vencer suas fraquezas e hábitos pecaminosos (1João 1.5-10 e 2.1-3). Se cair, ele se levantará, arrependido, quebrantado, e disposto e perseverar.
A pureza de vida e a santidade de coração são advindas de um processo diário, progressivo e incompleto aqui nesse mundo. Por isso ansiamos pela vinda de Cristo e pela ressurreição dos mortos, quando experimentaremos a imortalidade, a incorruptibilidade, a impecabilidade e a vitória final sobre o pecado e a morte.
Fonte: Fan Page Augustus Nicodemos Lopes